AS TRÊS COLUNAS DAS POSES FOTOGRÁFICAS
Toda pose fotográfica deve ter uma razão de ser, pois os arranjos do corpo da modelo, de elementos como cabeça, olhos, braços e mãos, voltados para determinada direção, não são decisões que o fotógrafo deve tomar de modo arbitrário, fruto de uma estética aparente, sem propósito claro. Pelo contrário, a direção e a disposição do corpo da modelo devem ser montados a partir de decisões conscientes, pois toda pose traz em si uma determinada energia.
Considero a direção de modelos uma prática fotográfica bastante desafiadora e angustiante principalmente para fotógrafos iniciantes, pois foi assim no começo para mim também. E foi pensando nisso que resolvi abordar esse tema tão rico aqui neste artigo. A direção de poses incomodava meu lado matemático porque eu tinha necessidade de encontrar alguma sistematização na direção de poses. E a minha formação em Letras, especialmente os estudos linguísticos, dizia-me que eu deveria buscar na linguagem não verbal o que toda comunicação não verbal pretende dizer. Algumas leituras de artigos na área de coaching também trouxeram luz sobre a arte de posar pessoas, casais ou grupos.
Quando estamos participando de um processo interativo de comunicação real entre pessoas, não reagimos apenas à linguagem verbal captada pelos nossos ouvidos, como a entonação e tempo de fala, mas também a todo um comportamento gestual do nosso interlocutor, como movimento dos olhos, expressão facial, movimento dos braços e postura, por exemplo. Nesse conjunto de informações que captamos podemos interpretar ironia, alegria, tristeza, desânimo, confiança, motivação, coragem entre outros.
Segundo pesquisa da Universidade da Califórnia, mais de 55% da comunicação é baseada na linguagem corporal. Então, tenho a certeza de que a forma de como o corpo se apresenta na fotografia não só comunica estética artística a um trabalho fotográfico, mas, além disso, constrói uma imagem dentro da cabeça de quem lê uma foto. Posto esses parágrafos introdutórios, pretendo, nas linhas a seguir, desenvolver de modo prático apenas o primeiro capítulo: as três colunas da poses fotográficas: a cervical, a torácica e a lombar.
A coluna vertebral sustenta, apoia outras partes do corpo, protege a medula espinhal, é responsável pelo equilíbrio, é o eixo do corpo e pivô da cabeça, e exerce papel importante na postura, é aí que me concentrarei, pois afeta diretamente a força da postura da modelo. Ela começa na base do crânio e vai até a pelve. Ela é composta de quatro curvaturas das quais nos interessa estudar apenas as três já citadas, pois merecem a atenção do fotógrafo. Um problema postural importante, associado à coluna cervical e à torácica, que se deve ficar atento é evitar que a modelo, sem perceber, fique levemente corcunda. Indiscutivelmente, uma pessoa com a coluna alongada transmite uma energia confiante.
A coluna cervical deve estar ereta, esticada ao máximo para o direcionamento da cabeça, assim só ela se posiciona para frente, para trás, para os lados, sem que outra coisa se mova. Um pescoço alongado pode evitar um problema popularmente conhecido como “papinho”.
Já a coluna torácica, que se encontra abaixo do pescoço, é a principal responsável por um problema postural comumente chamado de “corcunda”. Quem não lembra do clássico “O corcunda de Notre Dame”, cujo personagem “Quasímodo” apresentava uma deformidade de sua coluna torácica.
A coluna lombar fica bem atrás dos quadris. Ela é parte importante, pois a sua curvatura deixa especialmente a mulher mais elegante, e no caso da fotografia Boudoir, mais sexy. Nesse caso, a curvatura natural da coluna lombar é bem vinda inclusive para modelos homens. Então, o contrário, uma coluna lombar plana, deve-se evitar, em nome da harmonia e da elegância. Importante destacar que a curvatura da lombar gera outras linhas interessantes tanto para homens quanto para mulheres.
Espero ter transmitido que a direção de modelos e poses fotográficas não precisam ser comando fortuitos dados a modelo. Compartilho da tese de que por trás de cada pose há uma energia transmitida. Esse deve ser o modis operandi que deve nortear a direção de modelos de acordo com a proposta do ensaio fotográfico.
REFERÊNCIAS
VALENZUELA, Roberto. Poses Perfeitas: a arte de criar poses para fotógrafos. 2ed. Iphoto editora: SC: 2016.
https://www.sbcoaching.com.br/blog/linguagem-corporal/ acesso: 22/09/2020.
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